quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

 ''(...) pareciam dois apaixonados, um pelo outro. Ansiosos por admitir que se queriam muito, mas, ainda assim, receosos do fim. Curiosos queriam saber mais e mais um sobre o outro, e, numa cumplicidade ainda vaga, conversaram horas seguidas. Ele falava e ela sorria; ela falava e ele escutava com atenção, olhando-a intensamente nos olhos, enquanto tentava descodificar a alma da jovem que não lhe saia do pensamento no último mês. Comportavam-se como dois amantes que já se conheciam de outros tempos, de outros romances, envolvidos por uma timidez camuflada em confiança. Ela mais falava ele mais ouvia, mas então ela calava e sorria e ele falava e falava e tentava encantá-la e conseguia. Juntos eram o sol, reluziam, e, só assim tudo o resto tinha vida. Certas vezes confessavam que sonhavam um com o outro, outras vezes preferiam calar, mas, mesmo quando o silêncio substituía as palavras, eles diziam muito um do outro. De repente, tudo o que tinham em comum não era suficiente, porque ainda não se tinham um ao outro.''

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