sexta-feira, 17 de junho de 2011

para o meu :
Há momentos que te ficam para sempre, que guardas em segredo e no silêncio, para que nada nem ninguém lhes possam tocar, mas lembra-te que eu estou aqui, e o que tu sentes , seguidamente a Lena está a sentir. Mas pronto são momentos só nossos e a sua importância não se descreve e por isso pertencem a outra dimensão, a uma dimensão rara e perfeita que se sente em certas músicas ou em tardes de Verão, em que nós somos mesmo nós e, apesar disso, conseguimos estar em paz.
Olho para ti e vejo-te há 16 anos, de mangas arregaçadas para a vida, sozinho, muitas vezes sem ninguém em quem confiar , só vivias da tua força e na tua intuição. Oh coração , lutaste tanto que agora descansas do mundo…
Há qualquer coisa em ti, eu sei que sim, uma doçura que perdi há menos tempo do que penso e há mais do que gostaria, uma paz que não vem da terra e quando começas a falar das coisas em que acreditas, é como se te elevasses no ar, como um avião de papel, rápido e leve, tudo isto porque sem ti não vivia , és o meu órgão propulsor , o motivo da minha existência.
Fecho os olhos quando me deito e só ouço uma máquina a bater cá dentro, ÉS TU ! , sem saber como nem porquê nem para quê, como se o que cá ando a fazer não estivesse certo, não tivesse sentido ou não servisse para nada, e é então que me apareces, a ajudares-me a recordar bons e velhos tempos ; Vejo-me sempre a rir, como uma criança, ou então, a andar sobre uma linha vermelha, a correr altos riscos. Há qualquer coisa que não reconheço em ti como por exemplo na forma como fixas os pensamentos na minha mente, no toque que eu reconheço ,cansado de viver sem pensar. Mas e as vezes que choro e limpo os olhos com as costas das mãos e me enrolo numa concha a pedir que , por uma vez me ajudem e me protejam como eu faço com aqueles que amo, oh são tantas vezes , são tantos dias , tantas noites… e só por me trazeres de volta essas recordações apetece-me guardar-te no bolso.
Mas acredita, os actos ficam com quem os pratica, por isso quem se sente um avião de papel sou eu, tão insignificante, infantil e frágil , a culpa não é tua coração, é minha…

Sem comentários:

Enviar um comentário